segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Projecto: … que nem uma árvore!

“Quero compor um poema
onde fremente
cante a vida
das florestas das águas e dos ventos”…

(Manuel da Fonseca)


Uma semente que germina ou um talo que rebenta, como uma criança, que precisa de mil cuidados para seguir o seu percurso, para cumprir a sua função na vida.


As árvores ainda jovens, que ganham porte e, quais adolescentes, vigorosas e inseguras, rasgam o horizonte, despontam no seu esplendor de cor e alegria. As que crescem e vivem desordenadas, como algumas vidas, e as que, como soldados, se alinham em extensas avenidas, de cidades imaginárias.

A casca – a pele – que nos revela a idade, os rigores do Inverno, a marca das feridas abertas pelo tempo e pelas horas menos felizes de uma vida cheia de armadilhas.

O grito lancinante do quebrar de um tronco a quem, abruptamente, foi ceifada a vida. O choro intenso de quem é fustigado pela tempestade e se curva para não cair ou o ciciar de carícias nos ramos afagados pela brisa suave e quente do Verão - o sofrimento e a festa.

As que em “magotes” nos aconchegam na sua sombra, como companheiras, e as que vivem na solidão imensa de uma planície e nos acenam ao longe como que dizendo – boa viagem!
As que desafiam a temporalidade e teimam em não morrer, continuando de pé, quais estátuas a imortalizar heróis.

E mesmo depois de mortas ainda nos aquecem, são um chão ou um tecto, um esteio, um barco, um ponto de passagem. São a prova de que nada acaba, tudo se transforma.

Nasce-se, vive-se e morre-se… que nem uma árvore!

Arnaldo Carvalho

s.título#1


agruras


alinhadas


ao espelho


em carne viva


domingo, 25 de janeiro de 2009

enfeites


entre a lua e o sol


entre muros


gémeas


gerações


idade#1


idade#2


na flor da idade


s/título#2


s/título#5


s/título#6


s/título#3


s/título#4


solidão


sombras


tudo se transforma